Ser mãe de dois é ter quase todos os dias repetidos. Claro que com algumas diferenças, já que eles tem características bem distintas. Por exemplo: ontem, o Diego acordou meio virado, passou o dia enjoadinho, querendo colo, fazendo manha. Hoje foi o dia da Marina. Chorou o dia inteiro, quase sem interrupções. Amanhã um não vai querer comer direito e depois de amanhã será o outro. É um total non stop, que sim, muitas vezes me deixa a beira do limite. Enquanto um dorme, o outro está a mil. E eu estou o tempo inteiro a mil.
Passo mais de 12 horas do meu dia em função deles. De suas gracinhas e “desgracinhas”. Quando a noite chega e meu marido vem do trabalho, sou uma mulher em frangalhos, com olheiras, louca pra deitar e não ouvir mais nada, não ter que interagir. Falo pouco, desejo pouco, só quero colo, mesmo que seja de Orfeu.
Será que o casamento se mantém assim? Sexo, isso ainda existe?? Será mesmo que uma hora eu não vou surtar e ir embora? Será que meu marido não vai cansar desse frangalho e se apaixonar por uma menina livre, lépida e faceira, com o frescor dos novos (coisa que sinto que perdi mesmo)?
Lembro de quando era mais jovem e tinha tanto para falar. Eram muitas elocubrações sobre o futuro, muitas divagações e desejos. Ninguém ficava calado numa mesa cheia, muito menos em reuniões em casa, as melhores! Hoje vivo o que antes eram os desejos e devaneios. De fato não parecem tão elocubrados, tão maravilhosos, apenas são as escolhas que fiz no mundo ordinário. E infelizmente não tenho muito mais o que falar. Cansei do papo xixi e cocô de mães. Estou meio por fora do papo dos recém casados, afinal já passei por isso há algum tempo. E ainda mais por fora dos solteiros no Rio de Janeiro. Assim sendo, interagir se tornou algo que requer certo esforço mental. E eu me sinto tão exausta física e mentalmente por causa dos dias non stop…
Que meus amigos me perdoem pelo distanciamento. Se não físico, verbal. Aos meus colegas de trabalho, sinto muito, mas permanecerei em licença por mais tempo. Aos meus pais, desculpem-me pela falta de grandes notícias e acontecimentos para serem contados no telefone ou pessoalmente. A vida é mais simples do que achei que fosse ser – por um lado, e eu não me adequo a esses ordinary days. E é complexa demais por outro, que também não me deixa adequada, porque quando resolvo entender entro num looping que me causa dor na barriga.
Não sei quando a gente volta ao prumo. Espero de verdade que não demore 5 eternos anos. Acho que eu não vou voltar ao prumo, eu terei que encontrar um novo prumo no meio de todas essas mudanças. E, uau, não é fácil!
Enfim, esse é mais um post de uma mãe de dois, jovem, moderna (que não é muito fã disso) e exausta. Não morram de sono 🙂