Tempo para si

Não é muito fácil lidar com os sentimentos quando a gente resolve tirar um tempinho pra tentar curtir um pouco as nossas coisas. Claro que é impossível fazer isso 100%, porque os gritos, choros, manhas e barulhos continuam aqui. Mas eu, pelo menos, me esforço para me afastar um pouco (tipo duas vezes por semana, 1 horinha rs). Digo “me esforço” porque não é algo natural e fácil. É sofrido você ouvir a manha do seu filho e não ir lá (confesso, ainda vou quase todas as vezes), ouvir um chorinho de briga entre eles e não ir apartar. Mas a gente tem que aprender a não ir algumas vezes sim, aprender a deixar outros os acalmarem e apartarem.

Há muuuito tempo eu não tirava um tempo pra mim. Na sexta passada comprei o novo livro da autora de O Castelo de Vidro, uma das auto-biografias mais impressionantes que já li na vida. Chama-se Cavalos Partidos e conta a história da avó da autora (em primeira pessoa). No sábado fiquei em casa sozinha por algumas horas e comecei a devorá-lo, depois de muitos meses sem abrir um livro. Fiquei na cama, vi o Jogo pelo terceiro lugar na Copa estatelada no sofá, foi muito bom! Ontem li um pouco, mesmo com as crianças brincando na sala. Hoje fiz umas pesquisas na internet por algum tempo. Nada uau, nenhum programaço, mas faz uma diferença! Impede a saturação. Nós mães sabemos o quanto isso é importante. Besitos maternais

Fusão

A verdade é que ser mãe é quase que deixar de ser você mesma. Pego-me procurando a Natália, filha, mulher, que sempre existiu, e acabo vendo Marina e Diego. Natália é Marina e Diego.

É uma fusão estranha, que muitas vezes dá um certo medo: Será que eu vou voltar a ser a Natália apenas? Aquela que tem assuntos e vontade de falar, de interagir? Ou vou continuar sendo uma extensão de Marina e Diego e seus assuntos? as pessoas terão interesse em assuntos que não de Marina e Diego? Acho que toda mãe passa por isso e acho (espero) que isso passa, que em algum momento essa fusão irá virar uma interseção. Eu espero ansiosa por ela. Quero encontrar e ser a Natália de volta.

Inspire

Uma horinha de silêncio. Dá até medo de escrever, de fazer qualquer coisa que acabe com essa paz 🙂

Acordei e as crianças estavam lá no parquinho com a nova babá. Ela é boa e tem jeito, as crianças já gostam dela. Escuta, faz como peço, enfim, tomara que dê certo agora, depois da minha busca frenética que durou 5 meses.

O mais engraçado nisso tudo é a falta que faz o barulho, o movimento que são praticamente constantes. É um paradoxo: o silêncio é delicioso, mas a normalidade faz falta. Gente, eu não fiquei louca, ainda! As minhas amigas mães que já passaram um tempo viajando sem os filhos devem saber bem. Bate uma saudade que dói. Da normalidade.

Eles chegaram, deixa eu voltar a ser mãe! Diego já está fazendo manha, escuto os gritinhos…

Besitos

Ser sem parar

Ser mãe de dois é ter quase todos os dias repetidos. Claro que com algumas diferenças,  já que eles tem características bem distintas. Por exemplo: ontem, o Diego acordou meio virado, passou o dia enjoadinho, querendo colo, fazendo manha. Hoje foi o dia da Marina. Chorou o dia inteiro, quase sem interrupções. Amanhã um não vai querer comer direito e depois de amanhã será o outro. É um total non stop, que sim, muitas vezes me deixa a beira do limite. Enquanto um dorme, o outro está a mil. E eu estou o tempo inteiro a mil.

Passo mais de 12 horas do meu dia em função deles. De suas gracinhas e “desgracinhas”. Quando a noite chega e meu marido vem do trabalho, sou uma mulher em frangalhos, com olheiras, louca pra deitar e não ouvir mais nada, não ter que interagir. Falo pouco, desejo pouco, só quero colo, mesmo que seja de Orfeu.

Será que o casamento se mantém assim? Sexo, isso ainda existe?? Será mesmo que uma hora eu não vou surtar e ir embora? Será que meu marido não vai cansar desse frangalho e se apaixonar por uma menina livre, lépida e faceira, com o frescor dos novos (coisa que sinto que perdi mesmo)?

Lembro de quando era mais jovem e tinha tanto para falar. Eram muitas elocubrações sobre o futuro, muitas divagações e desejos. Ninguém ficava calado numa mesa cheia, muito menos em reuniões em casa, as melhores! Hoje vivo o que antes eram os desejos e devaneios. De fato não parecem tão elocubrados, tão maravilhosos, apenas são as escolhas que fiz no mundo ordinário. E infelizmente não tenho muito mais o que falar. Cansei do papo xixi e cocô de mães. Estou meio por fora do papo dos recém casados, afinal já passei por isso há algum tempo. E ainda mais por fora dos solteiros no Rio de Janeiro. Assim sendo, interagir se tornou algo que requer certo esforço mental. E eu me sinto tão exausta física e mentalmente por causa dos dias non stop…

Que meus amigos me perdoem pelo distanciamento. Se não físico, verbal. Aos meus colegas de trabalho, sinto muito, mas permanecerei em licença por mais tempo. Aos meus pais, desculpem-me pela falta de grandes notícias e acontecimentos para serem contados no telefone ou pessoalmente. A vida é mais simples do que achei que fosse ser – por um lado, e eu não me adequo a esses ordinary days. E é complexa demais por outro, que também não me deixa adequada, porque quando resolvo entender entro num looping que me causa dor na barriga.

Não sei quando a gente volta ao prumo. Espero de verdade que não demore 5 eternos anos. Acho que eu não vou voltar ao prumo, eu terei que encontrar um novo prumo no meio de todas essas mudanças. E, uau, não é fácil!

Enfim, esse é mais um post de uma mãe de dois, jovem, moderna (que não é muito fã disso) e exausta. Não morram de sono 🙂

Indo e vindo

Oi pessoal, esse é apenas um post de teste.

Hoje o dia está sendo manhoso. Todos os dias são assim quando se tem gêmeos, porque cada dia um quer colo, chora, enfim. Quando são os dois então! Falta braço, falta energia, e a gente consegue a santa paciência sabe-se lá de onde.

Acredito que mães de apenas uma criança também passem por isso. A única diferença é que com gêmeos o dia é totalmente non stop – quando um dorme o outro acorda, são 2 refeições ao mesmo tempo, 2 banhos, 2 x quantas forem as ninadas, algumas chamadas noturnas a mais. Não é fácil, mas é muito lindo poder viver isso.

Assim, resolvi compartilhar com vocês as loucuras dos meus dias, ou melhor, dos nossos dias, já que convivo com pelo menos 5 pessoas diariamente.

Besitos